Em suspenso....
Atormentada pela decisão que tomei por ti e quando começava a acreditar que te encaminhavas para o melhor desfecho possível, voltamos à estaca zero, ao ponto de partida...
Neste momento angustiante, lembrei-me deste livro...
"Este livro é um livro de vida (...). É um livro para reflectir, pensar e mesmo confrontar. É um livro onde todos estamos ligados."
E confesso... como gostava de ver a vida e a morte com são encaradas neste livro de Carlos Almeida.
Na contracapa do livro está um poema de Henry Scott Holland, o mesmo com o qual concluí este romance e após o qual ainda podemos ler:
"Afinal a vida e a morte moram juntas, lado a lado, na península dos corpos. A vida e a morte são a maior das fronteiras de nós mesmos."
A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado
Eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me com sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Com sempre foi;
Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O 'fio' não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,
Estaria longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem.
Henry Scott Holland
Uma vida em suspenso, atormentada, angustiada, este sofrimento, o teu sofrimento.... agora mais sereno, inconsciente, silencioso...