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Momento raro de qualidade

23.02.10, Abigai

Ontem passamos um fim de dia fantástico, eu e o meu G.
Começou mal mas terminou em beleza.

 

O G. gosta muito de PlayStation, jogos de computador, e afins, se o deixasse, passava todo o tempo livre que tem a jogar.
Mas lá em casa existem normas. Em dias de semana não joga.
Quando chega à casa à sexta-feira, pode jogar até à hora do jantar assim como ao Sábado e ao Domingo, mas apenas a partir das 11h00 da manhã e com algumas interrupções.

Quando está agarrado ao jogo, é como não ter menino em casa. Como estimulante é fantástico! E é de estimulantes que um hiperactivo precisa..., mas causa com certeza mais dependência do que o Metilfenidato!
E, sendo assim, as regras são fundamentais. É evidente que para nós pais, seria muito cómodo tê-lo a jogar a toda a hora, mas não podemos de forma alguma ser egoístas a este ponto!

 

Há dias um colega falou-lhe do Clube Pinguim, um mundo virtual para crianças da Disney com uma série de actividades divertidas e jogos, com moderadores online e sem anúncios.
Para aceder a determinados contiúdos precisa de assinatura - € 4,95 mensais -, mas caso não seja assinante pode contudo aceder aos jogos.
Desde Outubro passado, optei por dar uma pequena semanada ao G. numa tentativa de incutir alguma responsabilidade e fazê-lo perceber o valor do dinheiro e evitar que esteja sempre a pedir mais e mais, agora, sempre que chega a algum lado, quando pede um carrinho, um rebuçado, uns cromos, etc..., já sabe que tem que ser ele a comprar e de facto, resultou.
Tornou-se mais contido nos pedidos, e aprendeu a ser poupado.
Gostou tanto do Clube Pinguim que decidiu ser assinante, já pagou o primeiro mês e já por diversas vezes me perguntou quando terá que pagar o próximo!

Agora, qual PlayStation, qual WII, só dá Clube Pinguim lá em casa.

 

Ontem, segunda-feira, não era dia de jogo, mas ainda à mesa a jantar, começou a pedir para jogar - "só hoje mamã, por favor..."
Fui como sempre irredutível, não é dia de jogo, não há excepções.
Insistiu, insistiu, ficou irritado, provocador, e de certa forma violento.
Agarrei-o, abracei-o, dei-lhe carinho, fiz-lhe ver que regras são regras, ficou mais impulsivo...
Passados alguns minutos, cansada de tentar acalmá-lo, deixei-o no quarto e disse-lhe estar cansada de ser carinhosa e compreensiva e ser recompensada daquela maneira, sempre com sete pedras na mão. E fui arrumar a cozinha.

 

Passado um pouco, vejo-o pegar no caderno das contas e um lápiz... Vem ter comigo e diz "Mamã, tou a portar-me bem agora, não tou?"
Fez uma conta de dividir e de seguida juntou-se a mim, na cozinha, ajudou a limpar a loiça, a encher as garrafas, a botija de água quente e colocou-a na cama da avó - para não ter frio de noite, disse ele...
Sempre próximo, com muita conversa à mistura - porque se há coisa que sabe é falar, fala desde o acordar até ao deitar -, muitos beijinhos, muitos mimos...
Foi tomar banho sem reclamar - algo pouco habitual -, vistiu o pijama, lavou os dentes, deu as boas noite à avó e apenas me pediu, muito gentilmente, para me deitar um pouco com ele...
Foram cerca de 60 minutos muito bem passados, com muita ternura, um momento de qualidade entre mãe e filho... Conversamos muito, falou nas suas dificuldades sem tristeza, pediu desculpas por ser teimoso e prometeu fazer o pequeno almoço do dia seguinte.

 

Só espero repetir-se com maior frequência, sem dramas, sem provocações, sem gritos...

 

Quanto ao pequeno almoço de hoje, colocou o leite nas chavenas e ligou o microondas, o resto deixou para mim, mas já foi muito bom!

 

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