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Carta aberta ao pilar da minha vida

23.01.12, Abigai

 

Da minha infância, lembro-me de te ouvir cantar...
Cantavas para espantar os teus males, cantavas agora e depois, cantavas...
Lembro-me de fazer asneiras, de desobedecer... e de te ouvir cantar. Lembro-me que te perguntava se cantavas de bem ou de mal.
Lembro-me das roupas que fazias para mim, lembro-me de sentir-me vaidosa com as lindas fatiotas que costuravas, lembro-me até dos professores elogiarem as minhas vestimentas...
Lembro-me de te ver sempre igual, para mim nunca envelheceste... lembro-me que foste sempre andando.
Lembro-me da tua força, da tua coragem face às adversidades, da tua vontade e tenacidade.
Lembro-me que sempre estiveste ao meu lado, mesmo quando eu perdia a razão.
Lembro-me de tudo.
Lembro-me que sempre admirei a forma como enfrentaste os teus males, as tuas dores, a forma como lutaste contra este fraco destino de sofrimento e lembro-me de dizer com muita frequência que não tenho esta tua força. E sei que não tenho.
Hoje, perante este presente que nunca esperei, perante esta espera insustentável e desesperante, peço-te perdão.
Sinto-me egoísta por ter desejado uma cura que talvez não passe de mais um sacrifício para ti, de mais sofrimento...
Talvez nunca me perdoes, mas naquele momento, não fui capaz de fechar a página e dizer-te adeus, simplesmente não fui capaz, não naquele dia...

Por isso peço: perdoa-me...

 

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