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Hiperactividade

22.06.11, Abigai

 

 

As crianças hiperactivas são frequentemente confundidas com crianças malcriadas. Falar demais, recusar-se a obedecer a ordens, distrair-se com a mínima coisa, apresentar desorganização e esquecer-se dos próprios objectos são sinais de alerta. Contudo, há que ter em atenção que, à semelhança dos adultos, cada criança é única e o seu desenvolvimento está intimamente relacionado com os estímulos que vai recebendo. Assim, por exemplo, se os pais forem pessoas agitadas, imaginativas, com dificuldade de se concentrar, os filhos têm grandes probabilidades de vir a ser como eles. Não obstante, nem sempre a agitação é sinal de patologia.

Estima-se que apenas uma pequeníssima percentagem dos pacientes que chegam aos consultórios necessitam de ajuda farmacológica. De qualquer forma, o diagnóstico, para ser credível, só é feito com base numa análise durante não menos de seis meses, sendo que os sintomas da criança hiperactiva aparecem no máximo até aos sete anos.

A hiperactividade designa um estado de irrequietude, excitação suprema e infelicidade constantes. A criança não consegue estar com atenção a nada por mais de uns minutos, trepa reiteradamente aos móveis, fala compulsivamente, está sempre a perder os seus pertences e lida muito mal com a frustração. Por outro lado, é-lhe difícil organizar tarefas, e descuida-as com frequência. Como não é capaz de se concentrar, escapam-lhe os pormenores e nem nas brincadeiras se centraliza. Parece não ouvir o que lhe dizem e mostra-se relutante em executar algo que pressuponha um grande esforço intelectual. Uma criança hiperactiva não suporta ter de esperar pela sua vez para jogar ou responder, interrompendo as conversas em que participa. Por isso, e não só, estas crianças são, amiúde, vistas como indiferentes ou egocêntricas, mas o que realmente se passa é que não aprenderam a interagir. Não se trata de uma aptidão inata, porém é possível ensiná-la e trabalhá-la.

A ignorância e a incompreensão face à doença, tornam-na, muitas vezes, um fardo enorme para quem dela sofre e para os mais próximos. E, no entanto, existem pequenos truques que podem melhorar muito a qualidade de vida de todos. As crianças hiperactivas precisam de algo que as faça lembrar o que a sua memória apaga, de repetições sem perder a paciência, de directrizes, de previsões, de limites, de organização. Não ter o quarto repleto de peluches, quadros ou uma infindável panóplia de brinquedos ajuda a criança a não se distrair tanto. Preferir copos e pratos de plástico e prescindir de bibelôs e jarrões de vidro ou louça reduz a irritação ante as consequências (cacos) que os problemas de coordenação motora destes miúdos aportam.

Paralelamente, o sucesso escolar é condicionado pelo lugar onde se sentam estes alunos tão especiais. As janelas e as últimas filas favorecem a desatenção.

Estabelecer regras e colocá-las por escrito, de modo a serem facilmente lidas e relidas, fará com que as crianças hiperactivas se sintam seguras, pois ficam a conhecer as expectativas relativamente a elas. Falar das directrizes que estão escritas e repeti-las colmata a necessidade que os indivíduos com hiperactividade têm de ouvir as coisas mais de uma vez. Convém ainda que as orientações sejam breves e específicas.

Olhar directamente nos olhos é uma acção passível de tirar um hiperactivo do seu devaneio, dar-lhe liberdade para efectuar uma pergunta ou, simplesmente, conferir-lhe uma secreta segurança.

Atribuir a estes pequenos tarefas muito grandes é contraproducente, já que lhes acomete uma sensação de abafamento e de incapacidade para as realizar. Deste modo, é útil dividi-las em subtarefas, suficientemente pequenas para serem cumpridas, de forma a prevenir uma resposta emocional negativa.

As crianças com hiperactividade deliram por novidades. Reagem ao que é novo com entusiasmo, pelo que a inovação constitui um bom auxílio para elas e para quem lida com elas.

Dado que convivem com o fracasso, carecem de tudo de positivo que se lhes puder consagrar. Sublinhar o fracasso é tudo o que elas não precisam. Pelo contrário, é o encorajamento que as faz crescer e são os elogios que as beneficiam. Sem isto, elas retrocedem e esmorecem. Efectivamente, o mais arrasador da hiperactividade não é, geralmente, a enfermidade em si, mas a perda da auto-estima.

Inventar rimas, códigos, dicas e similares pode estimular bastante a memória, aumentando o espaço disponível na mente.

Simplificar é a palavra de ordem no que toca a um hiperactivo: as instruções, as alternativas, a programação.

Palavras mais simples indiciam conteúdos mais simples e, portanto, mais assimiláveis. Uma linguagem de imagem entra melhor do que só palavras e prende mais a atenção, como acontece com as cores.

Dar feedbacks às crianças desenvolve nelas um espírito observador. Estes garotos não têm, geralmente, noção do que dizem ou fazem, a não ser que alguém os advirta para isso. Não têm consciência do seu comportamento. Chamá-los à razão de maneira carinhosa, e através de interpelações acerca dos factos, promove esta introspecção.

Um dos melhores tratamentos para a hiperactividade é o exercício físico, de preferência pesado. A ginástica coadjuva a libertação de energia, fomenta a focalização da atenção e acicata certas hormonas e neurónios. Em acréscimo, é divertido, o que garante a continuidade pela vida fora.

As crianças hiperactivas são imensamente mais hábeis e artísticas do que aparentam. Na verdade, estão cheias de criatividade, espontaneidade, alegria e bom humor. É só descobrir como aproveitar tudo isso…

 

Autor: Maria Bijóias

In Rua Direita

Imagem da Internet

 

Apaixonado....

20.06.11, Abigai

O G. anda completamente perdido...

 

Surge uma paixão quando de repente o coração bate de forma diferente na presença de outra pessoa. Não se escolhe uma paixão. Ela chega e toma conta de todo o ser. Surge uma forte combinação química, mas exite um limite de tempo para se viver uma grande paixão.

A professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque, diz: "os seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses". Ela entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que a paixão possui um "tempo de vida" longo o suficiente para que o casal se conheça

A pesquisadora identificou algumas substâncias responsáveis pelo amor-paixão: dopamina, feniletilamina e ocitocina. Estes produtos químicos são todos relativamente comuns no corpo humano, mas são encontrados juntos apenas durante as fases iniciais do namoro. Ainda assim, com o tempo, o organismo torna-se resistente aos seus efeitos e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente, A fase de atracção não dura para sempre.

Se se sente nas nuvens, conta horas e minutos para ver alguém, é certo que foi fisgado pela paixão. Em qualquer etapa da vida o indivíduo pode ser atingido por este sentimento. Com o passar do tempo a paixão termina ou transforma-se em amor, ternura, companheirismo e às vezes amizade.

Os homens parecem ser mais susceptíveis à acção dessas substâncias. Eles apaixonam-se mais rápida e facilmente que as mulheres.

 

Pois.... será?

O G. anda precisamente nesta fase! Completamente apaixonado pela B., tem tido atitudes estranhas e feito coisas nunca antes vistas!

Habitualmente, almoça no ATL à excepção das 2ª e 6ª feiras em que, por causas das aulas de apoio a Português e Matemáticas, tem que ficar na escola. Assim, só adquiro senhas de almoço na escola para esses dias. Nos restantes dias da semana, a carrinha do ATL vai buscá-lo a ele e muitos outros para irem almoçar e depois regressa pela mesma via para as aulas da tarde.

Na passada 3ª feira recebi um telefonema da responsável do ATL a questionar se estava previsto o G. almoçar na escola, isso porque a funcionária que o foi buscar ligou para ela a dizer que o G. não estava com os colegas e que estes disseram que ele tinha ido directo para o refeitório da escola.

Como as funcionárias do ATL não estão autorizadas a entrar na escola, nada puderam fazer pois o G. nem ao portão da escola se dirigiu para dar qualquer satisfação, e daí ligaram-me.

Pois bem, o G. resolveu ficar a almoçar na escola por conta própria e adquiriu a senha.

Porquê?

Para poder almoçar com a namorada, com quem nunca almoça porque não anda no ATL com ele e nos poucos dias em que ele fica na escola, ela almoça em casa!

Chega-me a casa todos os dias com os braço e mãos pintados com corações, com dizeres do género "Amo-te B" "B. és linda", etc.

Escreve as mesmas palavras nos cadernos, nos livros e até no quadro de controlo da escovagem dos dentes que tem na parede da casa de banho!

Já não larga o Facebook, fala com a B., comenta com colegas os beijos que vai dando, enfim... inúmeras coisas impensáveis para mim nessa idade.

Nesta fase anda preocupadíssimo com o aproximar do final do ano lectivo, a B. não anda no ATL e ele não sabe como vai conseguir estar com ela nas férias, até porque a mãe da B. não permite que ela namore e como tal, vai ser "difícil convidá-la, ir a casa dela ou combinar uma saída..."

E eu de boca aberta a olhar para ele, sem resposta para tanta argumentação....

Se tiver que esperar 18 meses para que esta fase passe, estou bem tramada! Nunca pensei ter que me preocupar com os namoricos do G. aos 10 anos! Com vai ser aos 13 ou 14? Qualquer dia está a pedir-me para passar a noite fora, não?  

 

 

 

Mudando de assunto mas ainda dentro da mesma temática, o novo membro da família, o Nemo, coelhinho anão angorá, foi passar o fim-de-semana fora connosco, em casa dos familiares que o ofereceram ao G. e também donos dos pais do Nemo e da irmã Ticha.

Passou a noite com a Ticha e, de regresso a casa no Domingo à noite, ficou amuado. Já não reage à nossa vóz, já nem os nossos mimos quer, ficou sem dúvida apanhadinho pela Ticha, como podemos ver nesta foto. A miuda de olhos vermelhos parece ter deixado saudades...

 

Nestes últimos dias, parece que o amor anda mesmo no ar....

 

In Activa

Imagem retirada da Internet

Foto de Ticha e Nemo a 19-06-2011

O amor anda no ar...

01.06.11, Abigai

 

Como os tempos mudam...

Com 10 anos, eu era uma criança inocente, brincava com bonecas, sonhava com príncipes encantados.

Não havia todas estas novas tecnologias que existem hoje, não havia computadores nem telemóveis, não pensávamos sequer em namorar.

As meninas brincavam com outras meninas e os rapazes jogavam futebol no recreio.

 

Hoje, tudo é diferente.

As crianças têm telemóvel, consolas de jogos, computador com internet e acesso a toda uma informação que no meu tempo não tínhamos.

 

E agora, o meu G., o meu pequeno G., com 10 anos, pouca maturidade mas extremamente popular pelos seus disparates e energia, de estatura baixa para a idade, magrinho que se farta mas com uma carinha de anjo sempre alegre, está a levar as coisas muito a sério!

 

Como contava neste post, a 23 de Março, o G. começou a namorar com a B. Ainda ontem me repetiu a data salientando que já namora há mais de 2 meses, o que indica que memorizou o dia!

Ao que parece, o namoro está muito sério...

Ontem, a B. entregou-lhe uma carta de amor, muito bonita, muito bem escrita, cheia de coraçõezinhos - sim, porque o G. faz questão de contar tudo à mãe e entregou-me a carta para eu ler! - deu-lhe ainda uma pulseira feita com muito amor - diga-se também muito bonita, a moça até tem jeito! -, e ainda um porta-chaves, também ele feito por ela.

Era só love naquela carta, promessas de amor eterno e lamentos por não estar 24 horas por dia com ele. Até dos beijos falava! Mas em relação a isso, não vou revelar mais nada!

Depois existe o Facebook...

Pelo menos, fica mais barato do que no meu tempo, quando tinha que usar o telefone e ouvia o meu pai reclamar por estar demasiado tempo a namorar ao telefone! Mas naquele tempo, não tinha 10 anos, devia ter uns 19 ou 20!

Agora as ferramentas são outras: telemóvel, mensagens escritas, facebook, etc.... tudo serve para namorar e não só, até é útil para confiar-se aos amigos do que faz com a namorada! Eu até fiquei gaga ontem quando me apercebi que, no facebook, o G. perguntava a um amigo se já tinha beijado a namorada na boca, é que ele já o tinha feito com a B. e até é muito fixe...

 

Será que estou a ficar velha, desactualizada e retrógrada? Ou também acham que isto de namorar aos 10 anos, andar aos beijos, confiar-se aos amigos na internet e até dizer que não consegue dormir porque só pensa na B., é um pouco precoce?