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Nada acontece por acaso…

31.12.24, Abigai

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Quando iniciei este blog há 15 anos, com este post, tinha um filho com 9 anos, hiperactivo, com imensas dificuldades de aprendizagem, de compreensão, com dislexia e uma baixíssima autoestima, e não sabia bem ao que vinha... 

Hoje, este mesmo filho é um adulto responsável, ponderado e educado, é dirigente de um clube desportivo, atleta de alta competição e um monitor experiente de tiro com arco. 

Os anos passam e, estou totalmente convicta disso, nada acontece por acaso.

Tudo o que foi acontecendo nestes últimos 15 anos, mesmo sem perceber, levou ao que hoje vivemos, em família, em harmonia, e, apesar das muitas dificuldades logísticas e financeiras, em felicidade. 

E o que é a felicidade? 

Não é um estado constante, são momentos, momentos felizes memoráveis, e é nestas memórias que sentimos que estamos no sítio certo, na altura certa. 

Hoje percebo o caminho que percorri, muito sinuoso, cheio de obstáculos que fui ultrapassando sem saber o quanto foram importantes. Sim, importantes. Obstáculos que me fizeram passar muitas noites sem dormir, que me fizeram desejar desaparecer, mas também obstáculos fundamentais para estar hoje onde estou. 

Porque de facto, não tenho dúvidas, nada acontece por acaso…

E o tempo vai passando…

20.12.24, Abigai

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Afinal sempre tem sido difícil este regresso ao blog…

Já não passava por aqui há uns meses e o final do ano aproxima-se a uma velocidade impressionante.

Em tempo de balanço, sabe bem perceber que apesar de todas as dificuldades e vicissitudes da vida, o clube vai de vento em popa, os projectos vão se fazendo com mais ou menos quantidade, e o reconhecimento de todo este trabalho vai surgindo.

Quando ingressei na vida activa como desenhadora, há mais de 30 anos, fi-lo com total dedicação e emprenho, se tinha que trabalhar, então que fosse um trabalho bem feito.

Desde então, sempre fiz por fazer bem, e modéstia à parte, acho que deu frutos e hoje trabalho por conta-própria como designer… e são os clientes que me procuram.

Mesmo que à posteriori percebesse que estava errada, nunca me arrependi de nada feito ou decisão tomada porque sempre o fiz com as informações que tinha no momento e pautei-me por tomar a decisão mais correcta, dentro do contexto.

Quando há 4 anos mergulhei de cabeça na abertura de um clube de tiro com arco, modalidade da qual pouco ou nada sabia com a agravante de nunca ter gerido um clube ou associação, fi-lo também por convicção e pelas 2 pessoas mais importantes da minha vida.

Hoje, embora continue a acreditar que foi a decisão certa, já não o faço apenas por elas, faço-o por todos os outros, aqueles mais pequenos que me recebem com um abraço forte quando me veem, pelo menos pequenos que ainda ouvem o que eu digo, e pelos crescidos todos que embarcaram também nesta aventura com paixão.

Nunca o fiz para receber algo em troca, nem nunca quis qualquer tipo de protagonismo.

Lido muito mal com o protagonismo, estar na retaguarda é o lugar que mais me agrada, e se é para fazer algo, então que seja bem feito, o custo, sacrifício e trabalho é o mesmo, mas não preciso, nem quero ficar com quaisquer louros… mas não nego que o reconhecimento sabe bem.

Na semana passada organizamos o jantar anual de Natal com todos associados, adeptos, formandos, atletas, amigos e famílias e fui surpreendida com um presente que não contava mesmo, nunca esperei receber nada.
Deixaram-me sem palavras, eu que quando escrevo ou falo não sei quando parar, fiquei totalmente desarmada.

Foi um gesto que me aqueceu o coração e que nunca irei esquecer!