Hoje...
Há um mês, neste dia, o meu mundo desabou...
Há um mês, neste dia, o inevitável deixou um fosso implacável...
Há um mês, neste dia, tudo mudou...
Hoje, estilhaçada pela dor, tento juntar os cacos.
O caminho é longo e sinuoso,
A caminhada parece não ter fim.
A cada instante, a cada canto, a cada olhar, surge mais uma lembrança.
Lembrança.
O que haverá de melhor, senão a lembrança?
Recordar os bons momentos, os maus também...
Recordar para não esquecer...
Recordar para manter a chama viva,
Manter a vida.
Recordar.
Por vezes um poço de mistério,
Por vezes sem paciência,
Por vezes, um silêncio impenetrável...
Mas sempre amiga, sincera, generosa e sensível.
Emanava de ti uma esperança avassaladora
Que me deixava completamente prostrada...
Sofredora, calavas o que te ia na alma,
E eu, embrenhada nos meus problemas mesquinhos,
Nos meus dilemas egoístas,
Jamais imaginava ou lembrava a tua dor.
Foste uma lutadora, uma grande mulher.
És uma grande mulher.
És.
Porque continuas aqui, bem perto...