Mea cupla... ou quando a alegria e o orgulho superam o conteúdo
Ao ler o comentário do post anterior, percebi que não fui de forma alguma explícita ao publicá-lo.
Independentemente do conteúdo deste texto, ao lê-lo pela primeira vez, senti uma alegria e um orgulho tal, que não resisti em publicá-lo.
Retrata o derradeiro momento, imediatamente antes de um acto desesperado como é o suicídio, na perspectiva de uma lágrima.
É verdade que o conteúdo em si é triste, é verdade que a simples imagem do acto é desesperante, desmotivante, sim. Mas, na minha opinião, está muito bem escrito, e, não fosse o título, talvez fosse melhor interpretado.
Quando vejo um hiperactivo que muito sofreu na sua infância, tal o meu G., com imensas dificuldades de aprendizagem, escrever assim, já adulto, não consigo conter a minha alegria. Só me pode trazer esperança de um dia ver também o meu G. realizado e feliz.
Há 30 anos, a hiperactividade não era diagnosticada. Há 30 anos, um hiperactivo era tido como mal-educado, irrequieto e até mesmo "burro".
Há 30 anos, ser hiperactivo era uma sentença difícil e conduzia muitas vezes ao abandono escolar.
Hoje, este hiperactivo é capaz de escrever de forma agradável, com metáforas e imagens alusivas ao que pretende descrever, de forma harmoniosa.
Ao ler este texto, e, apesar da imagem que nos assola a mente, senti uma luz lá bem ao fundo, uma certeza que, seja qual for o rumo que o G. tomar, poderá ser tão realizado e feliz como qualquer outra criança.
Este texto não constituí para mim tristeza, pelo contrário, representa uma esperança maior, e como gostava de escrever assim...