Estou de volta!
Já lá vai algum tempo que não passo por aqui…
Muitos afazeres e pouco tempo!
Até é bom sinal. Há bem pouco tempo, estava sentada frente a um computador, numa empresa falida e sem trabalho… Hoje, felizmente sem necessidade de muita procura, estou numa empresa, invariavelmente também com algumas dificuldades financeiras, mas com trabalho para dar e vender e já não tenho mãos a medir, nem tempo para visitar os blogs aos quais já me tinha acostumado e muito menos para escrever…
Bem, passada esta pequena introdução, tenho que confessar que muito se tem passado com o G., de bom e também menos bom, mas acima de tudo, tem mostrado mais maturidade e muita responsabilidade relativamente aos estudos. Tem surpreendido quer os pais quer os professores e educadores pela positiva. De facto, confesso que não esperava que este primeiro período corresse tão bem. Tem tido algumas negativas “altas” e positivas “baixas” mas também alguns “bons”, o que é fantástico sobretudo para elevar a sua auto-estima.
Os problemas com a toma da medicação voltaram, mas com alguma paciência, alguns gritos de fúria da mãe, algumas ameaças e alguns castigos, começam finalmente a diminuir.
Os fins-de-semana têm sido esgotantes e ponderamos seriamente medicá-lo também nestes dias. Sinto-me muito renitente em fazê-lo, tenho por princípio que o G. não tem culpa de ser hiperactivo e assim sendo, tem todo o direito de ser ele próprio, quer nos agrade ou não. Em dias de aulas, concordo que é para ele fundamental estar medicado, uma vez que possibilita concentração e atenção para acompanhar as aulas e absorver alguma informação. Quando precisa de estudar em casa para testes ou TPC’s, também aceito medicá-lo, sem isso seria incapaz de estar sentado a fazer fichas ou a ler…
E quando não tem trabalhos de casa? O que fazer?
Ele não pára um segundo, não se cala um segundo, é impulsivo, irrequieto, respondão, sempre a cantar, aos gritos ou a argumentar, é simplesmente esgotante!
Não faz asneiras, não pula em cima do sofá, nem trepa aos móveis… De facto não! Mas a verdade é que aos fins-de-semana, além de tentarmos pôr ordem em casa, gostaríamos também de descansar um pouco e, na verdade, é mesmo impossível!
O pai do G. é de opinião que devíamos medicá-lo também ao fim-de-semana. Eu não digo que não, mas arranjo sempre desculpas para não o fazer, ou porque já passam das 8 horas da manhã e depois não vai ter apetite para almoçar, ou porque não precisa de estudar, ou porque tenho a certeza que se vai portar bem, ou porque acho que devemos deixá-lo ser quem é… ou outra coisa qualquer…. A verdade é que aos Domingos à noite, já estamos esgotados, aos gritos e sem paciência e acabamos, mesmo sem o querer, a ralhar com o G., sabendo nós que a culpa não é dele, mas simplesmente já não somos capazes de manter a compostura e ser justos!
No sábado passado, decidimos ir fazer compras. Deve ser realmente o melhor a fazer com um filho hiperactivo, muita gente, muito barulho, muitas distracções, muitos artigos nas prateleiras, muitas tentações, etc.… de facto o melhor entretenimento para uma criança hiperactiva. Quando já fumegávamos e apesar de não ter comprado tudo o que nos tínhamos proposto comprar, e tendo em conta a hora tardia, resolvemos jantar por lá, como faria qualquer família “normal”, mas totalmente contraproducente em famílias como a nossa.
Posso contudo dizer que até nem correu muito mal, pelo menos ninguém reparou muito. Como o G. não aprecia nada comida de plástico, fixou-se nos pratos de massas e instalamo-nos no interior do restaurante, quase vazio e longe da praça de alimentação que estava a pinha. Invariavelmente, e apesar de adorar massa e ter um apetite de ogre, a excitação combinada com todos os estímulos inerentes a um shopping em período de Natal, fez com que a massa ficasse no prato…
Nem tudo são rosas… certo?