(In) Sucesso escolar?
A avaliar pelos resultados dos últimos testes, devo dizer que a situação do meu filho é preocupante.
As notas obtidas são de facto muito baixas, mas o esforço demonstrado foi impressionante.
Apesar das muitas dificuldades, é uma criança empenhada, interessada e esforçada.
Sabendo que a falta de resultados pode levar à desistência e ao abandono, tenho por hábito reforçar, valorizar e recompensar o seu empenho e fazer-lhe entender que as notas não são o mais importante.
Importante é nunca desistir, continuar a tentar, porque um dia conseguirá ser recompensado.
Mais do que contra o insucesso escolar, travo uma luta desmedida contra a baixa auto-estima.
Por mais que nos custe, a nós pais, a realidade é que não podemos ser todos doutores ou engenheiros e que todas as profissões são importantes, mas podemos e devemos ser todos felizes.
Depois existe o outro lado, o do sucesso.
O G. tem colegas com excelentes avaliações e que, ao contrário do que seria esperado, não marginalizam-no de forma alguma. Não atribuem qualquer importância ao facto de ter notas baixas, ignorando totalmente este facto e tratam-no muito bem.
No entanto, competem uns com os outros de uma forma a meu ver doentia.
Chegam ao ponto de "gozar" um colega simplesmente porque "apenas" tirou 90% no teste!
Será que estas crianças irão um dia saber lidar com o insucesso?
Serão adultos felizes?
Penso que devemos sempre valorizar o que um filho obtém ou consegue, que devemos levá-lo a querer sempre melhorar, mas será que quando atinge um ponto em que competir é levado ao extremo, em que o colega que habitualmente apresenta as melhores notas se torna no alvo a abater, devemos valorizar essas notas, ou será que devemos pôr travão nessa loucura?
Será que não temos o dever de ensinar aos nossos filho a compaixão, a camaradagem?
Mas o que haverá a fazer quando são as próprias mães, que numa entrega de avaliações, reclamam e se apoderam da palavra porque os filhos têm notas acima dos 90% quando poderiam ter mais e que não têm tacto suficiente nem contenção, na presença de outras mães que se contentariam com uns 50% dificilmente atingidos?